A queda do Banco Master: lições para quem planeja patrimônio e legado
novembro 19, 2025
Nos últimos meses, o Banco Master — instituição relativamente conhecida por sua estratégia agressiva de captação via CDB de alta remuneração — se vê no centro de uma tempestade regulatória, judicial e financeira. Essa crise, que escalou para a liquidação extrajudicial, traz reflexões profundas para o mercado e, especialmente, para quem trabalha com planejamento patrimonial e sucessório.
O que aconteceu?
• A Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, ex-sócio controlador do Master, na operação conhecida como Compliance Zero. 
• O Banco Central interveio, nomeando um liquidante para tocar a recuperação e venda de ativos, enquanto ativos da instituição e de gestores foram bloqueados. 
• O FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que já havia concedido linha emergencial, vive forte pressão regulatória para endurecer suas regras após o episódio. 
• No meio disso, o Conselho Monetário Nacional aprovou novas normas para instituições mais alavancadas, justamente após o caso Master. 
• Também houve uma injeção de capital pelo Banco Central no grupo Master: entidades relacionadas receberam aportes para melhorar a liquidez. 
Por que isso importa para o planejamento patrimonial e sucessório?
Essa crise ilustra como estruturas financeiras aparentemente sólidas podem ocultar riscos sistêmicos — especialmente quando há uma estratégia de captação agressiva e investimentos arriscados. Para quem aconselha famílias ou empresas, é um lembrete claro de que:
1. Diversificação importa — ainda mais quando ativos financeiros têm alavancagem ou origem pouco transparente. Não basta avaliar o “retorno alto”; é preciso entender de onde vem esse retorno e quais os riscos envolvidos.
2. Governança e compliance são pilares de proteção patrimonial. A fragilidade na gestão de uma instituição financeira pode reverberar fortemente nos investimentos de terceiros.
3. Liquidez não é sinônimo de segurança total. Mesmo grandes bancos médios podem entrar em crise; em cenários como esse, ter opções para realocar patrimônio ou estruturar sucessão pode fazer a diferença entre preservar ou perder valor.
4. Planejamento sucessório ganha relevância estratégica. Em momentos de instabilidade financeira, a estruturação patrimonial — via holdings, seguros, trusts (dependendo da jurisdição), ou outros veículos — oferece mais controle sobre os ativos no longo prazo.
Reflexão final
A derrocada do Banco Master não é apenas mais um episódio de instabilidade bancária; é um alerta para quem enxerga o patrimônio como legado — não apenas como fonte de renda, mas como algo que deve ser protegido, compreendido e transmitido com responsabilidade. No mundo da consultoria patrimonial, crises como essa reforçam a importância de uma abordagem preventiva e estruturada.
Postado por Coluna Investimentos.